Doenças hereditárias do coração

É muito comum, durante uma consulta médica, o médico perguntar para o paciente: “Tem casos de diabetes ou pressão alta na família?” ou “Algum parente próximo já sofreu infarto? A importância dessas informações é que, sim, algumas doenças são hereditárias. E conhecer o histórico familiar é muito importante para prevenir doenças ou diagnosticá-las precocemente, o que faz com que os tratamentos sejam mais eficazes.
Um histórico médico familiar é um registro de informações de saúde de uma pessoa e de seus parentes próximos. Ter pessoas próximas com problemas de saúde não significa que todos da família terão, mas as chances aumentam. Isso porque as famílias têm muitos fatores em comum, incluindo os genes, o ambiente e o estilo de vida.
Segundo o Dr. Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do HCor – Hospital do Coração, “com base em estudos internacionais, existem métodos para mensurar o quanto um evento cardiovascular na família pode influenciar no risco da pessoa também passar por isso”. Um referencial para esse risco é a idade que o parente sofreu um infarto agudo do miocárdio, por exemplo. Quanto menor a idade, maior é o risco de o parente sofrer do mesmo mal. Os fatores de risco servem como guias para o médico readequar suas orientações ao paciente, como tornar alguns exames mais frequentes e, em alguns casos, realizar exames mais precisos, capazes de identificar alterações em estágios iniciais.
Porém, a prevenção pode e muito modificar a tendência, como os bons hábitos de saúde. Manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos regularmente e, não menos importante, manter um acompanhamento médico criterioso fazem toda a diferença. Ou seja, apesar do histórico familiar positivo para determinadas doenças, é de fundamental importância a contribuição do paciente eliminando os fatores de risco modificáveis como sedentarismo, obesidade, tabagismo e o stress reduzindo a probabilidade dessas doenças se desenvolverem.